Você já ouviu falar no Slump test? Também conhecido como teste de abatimento de tronco de cone do concreto, olha que nome grande! Mas vamos chamar ele com o “apelidinho”, que fica mais simples: “teste do slamp”!
Bom... o teste do slump é nada menos que um dos métodos que fazem parte do controle tecnológico do concreto, que se faz logo antes da aplicação do concreto na obra.
É quando o concreto tá
fresquinho, fresquinho, acabando de sair do forno. Digo, da masseira! Não, não,
da masseira não, da betoneira! Afinal, não estamos falando de controle
tecnológico? Onde já se viu uma obra de fundo de quintal ter esse controle
todo? Rsrs...
Opa, opa, mas peraê, Josiário! Você
falou agora em controle tecnológico. É melhor eu dizer o que é isso primeiro
pra depois falar mais do teste do slump, não é mesmo?
Controle tecnológico nada mais é do que um conjunto de procedimentos, testes e análises realizados para garantir que o concreto utilizado em uma obra atenda aos requisitos técnicos, normativos e de qualidade estabelecidos.
Esses processos
são conduzidos desde a seleção dos materiais constituintes até a aplicação
final do concreto na construção.
Basicamente, o controle tecnológico
busca assegurar que o concreto tenha características específicas de
resistência, durabilidade, trabalhabilidade e outras propriedades necessárias
para atender às demandas estruturais e funcionais da obra.
Bom, já deu pra ter uma ideia. Não vou
entrar em detalhes, mas se quer saber mais é só dar uma lida sobre controle tecnológico do concreto.
Veja bem, o slump test é uma avaliação que mede a consistência do concreto, determinando sua capacidade de ser moldado e aplicado em estruturas específicas durante a construção.
Em outras palavras,
se o concreto fresco tá mais mole ou... menos mole! Duro não, duro só depois da
pega, que é uma outra coisa que a gente precisa conversar mais pra frente.
Voltando pro assunto: para concretos auto adensáveis, como os que requerem testes de fluxo (espalhamento em superfície), o teste de Slump não se mostra relevante.
As normas estabelecem as
condições e procedimentos para coleta de amostras, variando conforme o uso de
betoneiras no local, mudanças de turno ou utilização de caminhões betoneira.
O processo do teste de Slump pode ser resumido em alguns passos simples:
1. Obter a amostra necessária para o teste.
2. Escolher um local plano pré-determinado.
3. Utilizar um molde tronco-cônico de metal com diâmetro superior de 10 centímetros, diâmetro inferior de 20 centímetros e altura 30 centímetros. E a base maior é voltada para baixo.
4. Encher uma camada de 10 cm de altura com concreto. Compactar com 25 golpes usando uma barra de 60cm com 16 mm de diâmetro. Repetir o mesmo procedimento para as duas camadas seguintes. Agora veja bem, você deve distribuir bem esses golpes, da maneira mais uniforme possível na seção transversal do cone. Não concentra os golpes num ponto só, não!
E outra coisa, nessa etapa, os golpes da próxima camada não podem penetrar na camada anterior. É complicadinho mesmo! Na hora é melhor deixar um técnico experiente fazer.
5. Retirar o molde após alguns segundos. 5 a 10 segundos depois, mais ou menos! Agora... com jeito, viu! Subindo lentamente. Aí nessa hora a gente percebe que o concreto fresco sofre um abatimento.
6. Comparar esse abatimento ou diferença de altura entre o molde e o cone de concreto fresco, em centímetros (cm). Você coloca lado a lado o molde e o cone de concreto, coloca a barra em cima do molde e usa uma trena pra ver a distância vertical entre a barra e o topo do cone.
7. Verificar se o valor obtido corresponde ao especificado ou está dentro dos limites tolerados na norma para aceitação do concreto. Esses limites variam de acordo com o tipo de obra e o serviço executado.
O teste de Slump deve ser realizado
tanto no recebimento de concreto fresco de centrais quanto no controle
tecnológico interno de grandes obras com central própria. É importante destacar
que este ensaio é simples e utiliza uma amostra pequena.
Na aceitação de concretos dosados em
central e misturados em caminhão betoneira, é essencial verificar se o slump
atende às especificações, requerendo encomendas à central com a ideia prévia do
slump desejado.
O valor de abatimento varia conforme
a aplicação do concreto. Um desafio comum nos testes de Slump, assim como em outros
aplicados na construção civil, está na sensibilidade do operador. Mesmo com
treinamento adequado, diferenças de até 3 cm podem ocorrer dependendo da
técnica de remoção do molde e da consistência do concreto.
E qual a importância, Josiário, desse
teste? Bem... a avaliação da consistência do concreto durante o teste de
abatimento é uma vantagem significativa, permitindo a observação visual da
adequação da mistura. Se houver falta de coesão, a mistura pode se desagregar
durante a desforma. Então, neste caso, melhor rever o traço ou a relação
água-cimento. Olha só a figura abaixo. Na sua opinião dá pra fazer o que com um concreto molenga desse?
E... quais são as
normas técnicas, Josiário? São as normas da ABNT. Tenho receio de especificar
porque normas sempre podem sofrer revisões. Mas, se ainda não mudaram até o momento desta
leitura, temos a NBR NM 67:1998 e a ABNT NBR 10342:2012. São as que fornecem os
procedimentos detalhados para o teste de Slump, abordando critérios tanto para
canteiros de obra quanto para laboratórios.
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