Você se formou, passou por cálculo, resistência dos materiais, concreto armado… E agora, quando finalmente está no mercado, descobre que tem engenheiro ganhando R$2.500 com responsabilidade técnica nas costas.
A pergunta que fica é: por que tem tanto engenheiro ganhando mal? Será que a profissão está saturada? Ou tem algo que a gente ainda não entendeu?
Vamos ser sinceros: o problema começa na faculdade. A gente aprende cálculo estrutural, aprende a desenhar no CAD… mas ninguém ensina como viver da engenharia.
Ninguém fala de negociação, de precificação, de como se posicionar no mercado. Resultado? Um monte de engenheiro bom tecnicamente, mas que não sabe vender o próprio trabalho.
Além disso, tem a questão da concorrência desleal. Muita gente aceitando fazer serviço por qualquer preço, o famoso ‘só pra não ficar parado’. Isso afunda o mercado.
E tem mais: muitos engenheiros tentam fazer de tudo. Projeto, obra, orçamento, regularização, laudo, perícia... mas sem se especializar em nada. Quando você não é referência em coisa alguma, vira apenas mais um.
Eu não estou falando isso como alguém que já nasceu sabendo. Eu mesmo já aceitei serviço só pra pagar conta. Já fiquei sem dormir com medo de errar um laudo. Já perdi orçamento por não saber explicar meu valor.
Mas com o tempo, percebi que o jogo não muda quando você aprende mais técnica. Muda quando você entende como resolver um problema específico… e se comunica com clareza.
O engenheiro que aprende a mostrar o valor do seu trabalho começa a ser procurado — e não mais o contrário.
Então o que fazer? O primeiro passo é parar de querer ser engenheiro genérico. Escolha uma dor do mercado e vire especialista nela. Pode ser patologias, regularizações, avaliações, laudos técnicos.
Segundo: aprenda a mostrar o que você faz. Poste fotos, explique processos, gere confiança.
Terceiro: estude sobre negócios. Isso mesmo. Precificação, negociação, funil de vendas. O engenheiro que não souber vender, vai sempre depender de indicação — ou viver na escassez.
E por último: se conecte com pessoas da sua área. A autoridade vem com tempo, mas começa com posicionamento.
A engenharia não morreu. Mas o jeito antigo de ser engenheiro, sim.
Quem quiser crescer vai ter que sair da zona de conforto, aprender a se posicionar e, principalmente, a se comunicar com clareza.
Se isso aqui fez sentido pra você, deixa um comentário aqui embaixo dizendo: qual é o seu maior desafio hoje na engenharia? Vamos conversar.
Aqui eu trago a engenharia como ela realmente é — sem ilusão, sem romantismo.
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Até a próxima!
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